A INTEGRAÇÃO DO NEGRO NO BRASIL: RAÇA OU CLASSE? UMA BUSCA TEÓRICA E HISTÓRICA A PARTIR DE FLORESTAN FERNANDES
Nome: JÔNATAS CORRÊA NERY
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/08/2019
Orientador:
Nome | Papel |
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ROGÉRIO NAQUES FALEIROS | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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GUSTAVO HENRIQUE ARAUJO FORDE | Examinador Externo |
MARIA HELENA ELPIDIO ABREU | Examinador Interno |
ROGÉRIO NAQUES FALEIROS | Orientador |
Resumo: O presente trabalho é resultado de uma busca teórica e histórica, a partir do livro do Florestan Fernandes, A integração do negro na sociedade de classes. Trata como tema central as compreensões teóricas sobre raça e classe, buscando situar tanto um, quanto o outro debate (raça e classe), a partir de leituras já consolidadas sobre o tema. Embora a pesquisa tenha partido da análise sobre a obra, em si, no desenvolvimento dela se recorreu ao debate sobre classe, com os autores marxistas, mas com particular atenção aos escritos do próprio Karl Marx. De forma semelhante, e em paralelo, foi-se à história para compreender como surge a raça como diferenciador e ou classificador dos diferentes grupos humanos ao redor do planeta, correlacionando sempre ao método analítico marxiano. Evidente esse caminho não foi ao acaso. Ele surge como uma demanda da própria pesquisa. A hipótese geradora que foi a afirmação, derivada de Hasenbalg (1979), de
que Florestan Fernandes, além de tratar a questão racial como um efeito de demora cultural, subsume raça em classe. Ou seja, indica que a raça devido ao processo de desenvolvimento capitalismo deixaria de ser elemento relevante de diferenciação. Por isso, a pesquisa teve como objeto analisar como aparece e são feitos os desdobramentos teóricos de raça e de classe na obra A integração do negro na sociedade de classes. Para atender ao objeto foi necessário, portanto, compreender o que é raça e o que é classe, e só a partir daí tratar os dados concernentes em A integração. O resultado da pesquisa foi que a afirmação feita pode ter sido resultado de uma análise talvez estranha à leitura dialética, pois Fernandes jamais abandonou a raça como elemento significativo de explicação das diferenciações, mesmo dentro do sistema capitalista. Ao contrário, conclui que a pessoa negra passou a ser no Brasil elemento índice para medir o tipo de democracia a que se experimenta.