DEU ZIKA! SERVIÇOS DE SAÚDE PARA CASOS DE SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA EM VITÓRIA-ES

Nome: CÍNTHIA ALVES DA SILVA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 10/07/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA LUCIA TEIXEIRA GARCIA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA Examinador Externo
ANA TARGINA RODRIGUES FERRAZ Examinador Interno
EDINEIA FIGUEIRA DOS ANJOS OLIVEIRA Examinador Externo
MARIA LUCIA TEIXEIRA GARCIA Orientador

Resumo: O objetivo desta dissertação foi analisar as ações e serviços implementados pelo município de Vitória-ES para a assistência em saúde às crianças com S n rom congênita do Zika cotejando estas ações com as diretrizes apontadas pelo Ministério da Saúde, a fim de verificar se as ações convergem para o enfrentamento do problema. Para tal, realizamos um estudo de caso, a partir de caso único e abordagem qualitativa com pesquisa documental (documentos oficiais do Ministério da Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde de Vitória e da Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo), com informações referentes à assistência em saúde ofertada às crianças portadoras da S n rom on n t do Zika, elaborados no período de 2015 a 2017. Na pesquisa de campo entrevistamos profissionais dos serviços da rede de saúde de Vitória para assistência aos casos e representante da gestão municipal de saúde de Vitória. As informações foram trabalhadas através da técnica de análise de conteúdo com categorias apriorísticas e não apriorísticas. Nossos achados destacam que o ZIKV, após seguir negligenciado por mais de meio século no continente africano, encontrou território favorável ao seu espraiamento nas Américas. No Brasil, se espalhou rapidamente favorecido pela dificuldade do país em combater o vetor de transmissão, o mosquito Aedes aegypti e pela persistente desigualdade social no país. Mostramos a magnitude da epidemia no Brasil e em Vitória e sua inédita correlação com a ocorrência de malformações congênitas, sendo a microcefalia um dos sinais clínicos da chamada Síndrome Congênita do Zika. Refletimos sobre a condição de vida das famílias e mulheres atingidas pelo ZIKV, que viram suas gravidezes serem permeadas por medos, dúvidas e ausência de direitos. Mostramos que o Estado é o maior responsável pela epidemia de ZIKV ao não fornecer à população condições dignas de existência. Destacamos o desfinanciamento do Sistema Único de Saúde como uma das faces do neoliberalismo no Brasil, que reduz investimento em políticas sociais e favorece o capital, ideia amplamente apoiada pelo atual governo brasileiro. Concluímos que os serviços e ações propostos pelo Ministério da Saúde para a assistência às crianças mantêm orientações já estabelecidas de cuidado, cobram atenção redobrada sobre aspectos anteriormente negligenciados e dão ênfase em práticas pouco divulgadas anteriormente como, por exemplo, a estimulação precoce. Em Vitória, as ações ofertadas às crianças estão aquém de suas necessidades e as limitações dos serviços de reabilitação são minimizadas com o repasse de responsabilidades para as famílias. Vitória seguiu as recomendações do Ministério da Saúde e adequou sua rede para atender a uma epidemia de pequeno para médio porte, o que foi avaliado por profissionais e pela representante da gestão como necessário para enfrentar o problema. Ao findar nosso trajeto, descobrimos o que temíamos: o ZIKV se tornou mais um susto, mais um flagelo a pesar sobre os ombros da população empobrecida que teima em sobreviver em meio aos parasitos, à negação de direitos, às iniquidades e à desigualdade que se faz persistente em terras brasileiras.

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